Escondido no alto de uma serra do oeste potiguar, o município de
Serrinha dos Pintos, a 357 km de Natal (RN), é a capital mundial de uma
rara doença genética conhecida como síndrome de Spoan. O desafio é identificar o gene do Spoan. A
equipe do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São
Paulo (USP) espera ter isolado o gene e identificado a mutação que
provoca a Spoan em no máximo dois anos. Com a informação, os cientistas
podem criar um teste pré-natal capaz de detectar a presença da mutação
do gene em bebês ainda na barriga da mãe. Também será possível
identificar os heterozigotos (indivíduos saudáveis que podem ter filhos
com a doença).
Em
Serrinha dos Pintos é possível encontrar portadores da síndrome, com
idades variando entre os 10 e os 63 anos. A doença tem um quadro de
evolução. Quando bebê, a criança apresenta giro no globo ocular, não
ixando o olho em um ponto, numa descrição feita pelos moradores como
"olho tremido". Por volta dos 7 anos, ocorre a perda dos movimentos das
pernas e na adolescência aparece a perda dos movimentos dos braços.
Quanto maior o avanço da idade, aumentam os problemas de postura e de
sustentação do pescoço.Os
pesquisadores têm comparado os portadores com uma flor que vai se
fechando aos poucos. Ainda sem cura, a doença não é fatal, nem causa
dores. Os pacientes também não apresentam surdez, mas com o passar dos
anos passam a ter dificuldades de fala e de visão As chances de filhos
de pais com o gene causador do Spoan têm 25% de chance de se tornarem
doentes, de herdarem as duas cópias do gene com a mutação; 50% de
somente portarem a mutação em uma das cópias do gene, ou seja, de serem
heterozigotos com a possibilidade de repassar a doença; e 25% de não
serem portadores de nenhuma alteração no gene. A relação em Serrinha dos
Pintos é de um em cada 250 habitantes com a doença e um em cada nove é
heterozigoto. Portanto, as chances com a continuidade do casamento entre
si, é de aumentar a possibilidade de casos.
A doença é mais comum em filhos de casamentos consangüíneos (entre familiares).
Os pesquisadores da USP mapearam 73 pessoas com a síndrome em todo o país, sendo 72 delas no oeste do RN, em especial em Serrinha dos Pintos. Esses 72 casos no Estado são frutos de 43 casamentos, sendo 39 deles comprovadamente entre familiares, quase sempre entre primos de primeiro grau.
A doença é mais comum em filhos de casamentos consangüíneos (entre familiares).
Os pesquisadores da USP mapearam 73 pessoas com a síndrome em todo o país, sendo 72 delas no oeste do RN, em especial em Serrinha dos Pintos. Esses 72 casos no Estado são frutos de 43 casamentos, sendo 39 deles comprovadamente entre familiares, quase sempre entre primos de primeiro grau.
Sintomas
Os sintomas da Spoan já
aparecem no primeiro ano de vida e vão se agravando com o passar do
tempo. A criança tem dificuldade de engatinhar e de ficar em pé, tem
fortes problemas de visão (enxerga apenas 10% do normal) e sente
fraqueza nas pernas. Até a adolescência, a maioria já é obrigada a usar
cadeira de rodas. Paraplegia espástica, de início nos primeiros anos de vida, que
pode dificultar ou impossibilitar a aquisição de marcha independente, e
tem caráter progressivo. Com a evolução da doença, há progressiva
incapacitação motora que afeta de forma mais intensa os membros
inferiores. Após os dez anos de idade, o deslocamento de forma
independente fica impossibilitado ou muito limitado.
Observação: não encontrei o cariótipo
Origem
Acusado como o causador da doença, o fato é que o velho Maximiniano pouco tem a ver com a história. Por meio de uma árvore genealógica, que registra a incidência da doença em cada núcleo familiar da cidade, a bióloga Silvana Santos constatou que o problema começou no casamento de Pedro Queiroz e Maria Alexandrina, pais da mulher de Maximiniano e, provavelmente, descendentes de holandeses. O casal teve três filhos, que tinham o gene defeituoso. Quando seus netos e bisnetos começaram a casar entre si, a doença apareceu.
A influência da provável sífilis de Maximiniano?
Nenhuma. "Entre os séculos 16 e 19, havia a idéia de que a sífilis
estava ligada a males hereditários", conta a bióloga Silvana.
O que pode ser feito para os poradores da síndrome de spoan ?

Fontes:
http://www.integrando.org.br/article.php3?id_article=317
http://www.bv.fapesp.br/namidia/noticia/4599/serrinha-pintos-familias-busca-ajuda/
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